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sexta-feira, 17 de maio de 2013

Crônica de merda.


Recentemente, tive que passar por uma bateria de exames por conta do checkup anual, e dentre os exames, o que eu temia aconteceu: foi pedido exame de fezes. Fezes.


Comentei com algumas pessoas sobre essa necessidade e percebi que a solidariedade é comum a todas as pessoas, afinal, não consigo pensar em algo mais constrangedor que você colhendo sua própria. É você olhando para o que você produz de pior, fisicamente falando.


É deveras interessante perguntar pras pessoas como elas colhem seus exames, as técnicas e a maneira como elas lidam com isso, algumas respondem naturalmente que usam o jornal. Sim, o jornal!! Como o cachorro, se abaixa no chão do banheiro, faz no jornal, colhe a amostra e fim!

Outra pessoa espalha folhas de papel toalha sobre a parede do vaso, faz na bordinha, colhe o material e da-lhe descarga, outra pessoa coloca um saco plástico na mão, e colhe direto na fonte (o que gerou um leve desconforto ao pensar no “calorzinho” emitido – quem leva o cachorro pra passear entende)!

Há ainda a pessoa que pega o potinho, posiciona e mira! Momento de tensão:

Outra pessoa começa a produzir, “corta o rabo do macaco” e termina o que sobrou no potinho, outro conhecido fecha a tampa, coloca papel toalha com o vaso tampado, faz em cima, colhe e descarta.
O melhor método que vi até agora é um que você sobe a tampa, coloca um plástico antes de tocar na água, fecha a tampa, faz ali no plástico e recolhe o material, só tô meio em dúvida como o descarte..será que dá descarga com plástico e tudo?

Há uma solidariedade-constrangida, pois de uma maneira ou de outra, todos percebem que é um momento onde você é levado a se encarar, ali...

Há também os que se perguntam se o tema não é pessoal demais, seria? Não sei avaliar, todo mundo faz, todo mundo sabe que todo mundo faz, mas ninguém ousa falar sobre isso. Há um tabu. Tabu do cocô.


Eu ainda não fiz o meu, primeiro porque eu ainda não estou feliz com isso, segundo porque não estou doente e não preciso investigar nada, e terceiro, porque né?